minho campus party
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Ousar uma odisseia: depois do Minho Campus Party 2001
I. O Minho Campus Party demonstrou várias coisas. Demostrou que é possível fazer no Minho um evento moderno e avançado, com impacto e projecção nacional, capaz de atrair apoios empresariais e institucionais relevantes, e capaz de ter visibilidade e impacto nacionais. Foi um "sinal dos tempos": demonstrou que a cultura juvenil portuguesa adere a um evento deste tipo, tal como as sociedades europeias, com uma capacidade e um entusiasmo que não deixam dúvidas. Um sinal de clara maturidade em termos de sociedade da informação. Demonstrou que no Minho a tecnologia não foi / é problema. Mostrou que é possível estabelecer parcerias regionais fortes, que viabilizam um evento complexo e de risco como este, mantendo o protagonismo de todos, e da Universidade em particular, e assumindo cada um as suas responsabilidades regionais. Nesse sentido não posso deixar de referir a ousadia da Associação Industrial do Minho ao assumir o risco empresarial desta iniciativa. Demonstrou que eventos deste tipo podem ser catalizadores de cooperação dentro da Universidade, numa atitude e uma visão "supra-departamental". Estou certo que esse espirito se vai alargar a mais subunidades da UM nas próximas edições. Mostrou que é possível pensar eventos deste tipo como instrumentos de marketing territorial. Demonstrou que um "Woodstok" dos computadores é afinal um evento pacífico, sereno e sem problemas de qualquer tipo. Mostrou que comunidades virtuais precisam e apreciam encontros reais que promovam redes de capital humano. Demonstrou que é possível fazer das tecnologias da informação um elo de ligação entre pessoas e associar a isso o "espirito de festa" que caracterizou o Minho Campus Party - que é acima de tudo a grande festa dos entusiastas da tecnologias da informação e dos computadores. Demonstrou como alguns dias de imersão na montagem e suporte a um evento destes pode ter um valor educativo e formativo excepcional para os alunos da Universidade do Minho que voluntáriamente asseguraram, com grande eficiencia e dedicação, as equipes de apoio ao evento (instalação, desempanagem, websites, webmarketing, check-in, ...). Para eles uma palavra muito especial de agradecimento e incentivo.
2. As circunstâncias obrigaram-nos a uma data pouco favoravel em termos universitários, mas o dilema era "ou se fazia naquela data, ou só para o ano". Por isso a presença de mais de 300 participantes na primeira edição de um evento deste tipo, numa data com fortissimas restrições à participação de universitários (os exames de segunda época começavam logo a seguir aqueles dias), foi reconfortante. Foram também reconfortantes as mensagens de satisfação recebidas dos participantes - afinal a festa era deles e para eles Assim como as mensagens de satisfação recebidas dos nossos patrocinadores, nacionais e internacionais, que ousaram acreditar na iniciativa. Um evento destes só é possível com eles. A presença de alguns participantes de países de expressão portuguesa (CPLP) não pode deixar de ser registada - na expectativa que tal se reforce no futuro.
3. Finalmente este Minho Campus Party demonstrou aquilo que todos sabiamos: que o Professor Altamiro Machado era um visionário das grandes causas e direcções das tecnologias de informação. Por isso a sentida homenagem que aí lhe foi prestada tanto nos comoveu.
Eduardo Beira Professor auxiliar (convidado)
Departamento de Sistemas de Informação Escola de Engenharia / Universidade do Minho
"Uma aventura na rede – de um e de outro lado do Minho "
O Minho Campus Party 2001 foi o primeiro grande evento do tipo realizado em Portugal. Teve lugar em Braga, no fim de Agosto do ano passado e reuniu mais de 300 pessoas. Numa data dificil por causa dos exames dos universitários (que começavam no dia 3 de Setembro), o número de participantes foi um sucesso, assim como o impacto mediático conseguido. O evento é promovido pela Associação Industrial do Minho, com a colaboração de um grupo de patrocinadores nacionais e internacionais. Relativamente ao primeiro evento (2001) assinala-se a PT Comunicações (que assegurou uma excelente conectividade para o evento, com base num ATM 34 Mb), o Ministério da Ciencia e Tecnologia, a Universidade do Minho e a cidade de Braga entre o primeiro grupo. Entre os segundos assinalam-se a Cisco, Sun, Compaq e Microsoft. O primeiro evento ajudou muito a estabelecer a nível nacional a “marca” do Minho Campus Party como a reunião portuguesa dos fanáticos e apaixonados dos computadores e da internet e como a reunião anual da cibercultura. O Minho Campus Party de 2001 teve 4 áreas competitivas (jogos online, linux, imagem, música). No próximo evento esperamos introduzir uma nova área, uma novidade em reuniões deste tipo: a robótica (futebol de robots e sistemas Lego). Os parties de computadores e internet são uma manifestação importante da cultura juvenil contemporanea, que ajudam a criar amizades e redes de ciber-entusiastas: um encontro real de comunidades virtuais. O reconhecimento das suas potencialidades e impacto constitui a base da sua promoção da AIMinho, sendo claro que o evento tem uma importante componente de “marketing territorial” da região do Minho como região das tecnologias e cultura regional, onde existe um cluster de tecnologias da informação e da comunicação emergente cujo protagonismo a nivel nacional tem sido reconhecido. Por isso o evento pretende ter um caracter “itinerante” no Minho, sendo que este ano será já realizado noutra cidade minhota: Guimarães. O Norte de Portugal (e o Minho em particular) e a Galiza estão unidos pela geografia, pela língua e pela cultura, num espaço europeu com uma dimensão humana e económica importante. Acreditamos que a tecnologia pode (também) unir as pessoas, e que a cooperação entre os vários Parties do Norte de Portugal e da Galiza pode constituir uma oportunidade de reforçar a cooperação intensa entre essas regiões e de promover o contacto, a mobilidade e o conhecimento entre as respectivas juventudes. O denominado Eixo Atlantico (www.xanela.com (em galego) e www.janela.com (em português)), que agrupa 19 cidades da Galiza e do Norte de Portugal, parece ser o espaço com a vocação natural para promover essa cooperação. Esperamos por isso que ver portugueses no próximo xuventude_galicia_net ou no evento da Corunha e esperamos ver galegos no próximo Minho Campus Party. E esperamos que seja possivel lançar a ideia da rota anual dos parties do Eixo Atlantico, ou competições de jogos on-line entre as cidades do Eixo Atlantico. Para isso o recurso aos apoios previstos no programa Interreg III da União Europeia poderão ser relevantes, assumindo uma vontade politica de ambas as regiões para tal, e sendo claro e reconfortante conhecer desde já essa vontade e esse apoio por parte do governo autonómico da Galiza. Neste ano de 2002 o Minho Campus Party decorrerá no novo pavilhão multi-usos de Guimarães, recentemente inaugurado, a algumas centenas de metros do centro histórico de Guimarães, uma preciosidade de casario medieval que muito recentemente foi declarado património da humanidade pela Unesco. Teremos conectividade para 1000 pessoas, entre 31 de Julho (uma quarta-feira) e 4 de Agosto (um domingo). E teremos festa: uma orgia de computadores e de internet. Espero que nos encontremos todos lá. Entretanto já sabem: o nosso site é www.minho-campus-party.org . (Intervenção na mesa redonda “Perdidos en la red a uno y otro lado de Miño”, integrada no Xuventude_Galicia_Net 2002, Santiago de Compostela, em 23 de Março de 2002).
Eduardo Beira Professor convidado da Universidade do Minho Coordenador geral do Minho Campus Party